D. José I, rei de Portugal e seu primeiro ministro, o marquês de Pombal foram protagonistas de um dos episódios da história de Portugal que afetou tragicamente os nobres da família Lorena-Távora e toda a sua descendência.
D. JOSÉ I
(*06-06-1714 +24-02-1777)
D. José Francisco António Inácio Norberto Agostinho de Bragança, rei de Portugal cognominado O Reformador, devido às reformas que empreendeu, foi Rei de Portugal da Dinastia de Bragança desde 1750 até à sua morte. Casou-se, em 1750, com D. Mariana Vitória de Espanha e tiveram 4 filhas.
O reinado de D José I foi marcado pelas políticas do seu primeiro ministro, o Marquês de Pombal que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando Portugal num país moderno.
No dia 1 de Novembro de 1755, às 9:20 da manhã, ocorreu o Terremoto de Lisboa resultando na destruição quase completa da cidade e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve. A Família Real escapou ilesa à catástrofe. O Rei D. José I e a corte tinham deixado a cidade depois de assistir a uma missa ao amanhecer, encontrando-se em Santa Maria de Belém, nos arredores de Lisboa. A ausência do rei na capital deveu-se à vontade das princesas de passar o feriado do dia de Todos os Santos fora da cidade. Depois da catástrofe, D. José I ganhou fobia aos recintos fechados e viveu o resto da sua vida num complexo luxuoso de tendas no Alto da Ajuda, denominado como Real Barraca da Ajuda, em Lisboa. O sismo, um dos mais mortíferos da História, foi seguido de um tsunami - que se crê ter atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos. Marcou o período a que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna e os geólogos modernos estimam que tenha atingido 9 graus na escala de Richter. O Marquês de Pombal, Secretário de Estado e futuro primeiro-ministro também sobreviveu ao terremoto. Pragmático que era, ordenou ao exército a imediata reconstrução de Lisboa. Conta-se que à pergunta "E agora?" respondeu, "Enterram-se os mortos e alimentam-se os vivos". A sua rápida resolução levou a organizar equipes de bombeiros para combater os incêndios e enterrar os milhares de cadáveres para evitar epidemias.
Apesar do progresso econômico do país, na primeira metade do século XVIII, a inadequação das estruturas administrativas, jurídicas e políticas do país e as condições econômicas deficientes herdadas dos últimos anos do reinado de D. João V, obrigaram o monarca a escolher os seus colaboradores entre aqueles que se destacavam pela oposição à política do reinado anterior, assistindo-se de 1750 a 1755 à consolidação do poder central e ao reforço da posição do marquês de Pombal.
D. José I era desprovido de grandes qualidades, porém, teve a sorte do destino ter colocado a seu serviço a mente brilhante de Pombal, durante todo o seu reinado. O período de 1756 a 1764, caracterizou-se pela guerra com a Espanha e a França, pelo esmagamento da oposição interna com a execução de alguns nobres acusados de atentarem contra a vida do rei, a expulsão dos Jesuítas e a reforma da Inquisição e pela criação de grandes companhias monopolistas, como a do Grão-Pará.
De 1722 até o final, seu reinado foi marcado por uma grande crise econômica, assistindo-se à política de fomento industrial e ultramarino e à queda econômica das companhias monopolistas brasileiras. Todo o reinado foi caracterizado pela criação de instituições, especialmente no campo econômico e educativo, no sentido de adaptar o País às grandes transformações que se tinham operado. Fundou-se a Real Junta do Comércio, o Erário Régio, a Real Mesa Censória; reformou-se o ensino superior, criou-se o ensino secundário (Colégio dos Nobres, Aula do Comércio) e o primário (mestres régios); reorganizou-se o exército. Em matéria de política externa, D. José conservou a política de neutralidade adotada por seu pai. Note-se ainda, o corte das relações com a Santa Sé, que durou 10 anos. D. José I, jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
DESCENDÊNCIA
De seu casamento com Mariana de Espanha teve quatro filhas:
D.Maria Francisca (1734 -1816),
D.Maria Ana Francisca (1736 -1813),
D.Maria Francisca Doroteia (1739 -1771),
D.Maria Francisca Benedita (1746 -1829).
Moeda de prata de 200 cruzados, de D. José I
A cunhagem de moedas pelos monarcas era uma forma de registro de sua história. Os reinados dourados de D. João V e D. José I, coincidem com o ciclo de maior produção de ouro no Brasil e estima-se que 160 toneladas de ouro tenham sido enviadas para Portugal. E, talvez, a humildade a D.José I diante da autonomia do marquês de Pombal tenha sido o maior de todos os seus dons, impedindo-lhe de cometer os mesmos erros de seu pai.
Monumental centro de mesa com motivos de caça encomendado por D. José I para reposição das pratarias perdidas no terremoto de Lisboa.
Quando D. José I resolveu proceder à substituição das pratas da Casa Real perdidas durante o terremoto de 1 de Novembro de 1755 delegou esta tarefa ao ourives francês François-Thomas Germain (1726-1791), filho do grande ourives Thomas Germain (1673-1748), que trabalhou para o rei D. João V (1689-1750). Até 1765, quando foi obrigado a declarar falência, o filho do grande ourives forneceu à Casa Real portuguesa mais de 1200 peças em prata e ouro. Entre elas encontrava-se um monumental centro de mesa com motivos de caça. Quando das invasões francesas, as ditas peças acompanharam a Família Real na sua fuga para o Brasil. Mas nem todas regressaram e algumas ficaram ao serviço do imperador D. Pedro I, incluindo o centro de mesa de D. José I. O mesmo acabou por sair do Brasil, tendo ingressado numa coleção privada francesa, de onde saiu para o Museu do Louvre em 1982.
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