Castelinho da Rua Conde de Sarzedas
Construído por volta de 1891, por Luís de Lorena Rodrigues Ferreira, deputado em São Paulo, provavelmente, bisneto do Conde de Sarzedas, o palacete era um presente para sua futura esposa, a jovem francesa Marie Louise Dallanger. Vitrais franceses, madeiras nobres, ladrilhos, lustres importados compunham o cenário idealizado por Luís de Lorena para a sua amada. Ao vê-lo, porém, a moça rompeu em prantos, decepcionada por saber que o local só tinha luzes de velas e não dispunha de banheiros nos cômodos superiores. O casarão estava localizado em local privilegiado, no topo de uma colina, e subindo por uma escada estreita chegava-se a um mirante, de onde se podia avistar todo o vale do Tamanduateí. Hoje, a vista não é a das melhores, mas pode-se ver, ainda, a Catedral da Sé e o Palácio da Justiça. Após a morte do proprietário, Marie Louise, seu filho e nora ainda permaneceram no castelinho até 1939.
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De São Paulo se disseminaram os três ramos da família do Conde de Sarzedas. Os ramos de suas duas filhas com D. Anna Ribas, mudaram os apelidos para “Almeida Lorena Machado” e “Lorena Rodrigues Ferreira”. O ramo de seu filho com D. Marianna Angélica Fortes de Bustamante Sá Leme, trineta do bandeirante Fernão Dias Paes Leme, perpetuou o apelido “da Silveira Lorena” pelos seus descendentes masculinos.
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Altar da Capela de Santa Luzia
Em fins do século 19, no atual bairro da Liberdade, existia a Chácara Tabatingüera, de propriedade de Dona Anna Maria de Almeida Lorena Machado e que, anteriormente, tinha sido de D. Francisco de Assis Lorena, filho de D. Bernardo. Em um lote desmembrado da chácara, D. Anna Maria mandou construir em 1901, a Capela de Santa Luzia, em estilo neogótico, a qual, após a sua morte, em 1903, foi doada pelos herdeiros à Cúria Metropolitana. D. Anna Maria de Almeida Lorena Machado, bisneta do conde de Sarzedas, faleceu em 11 de junho de 1903, foi sepultada no cemitério Nossa Senhora do Carmo e, mais tarde, seus restos mortais foram transladados para a Capela. Foi ela quem mandou abrir em suas terras, ruas como Conselheiro Furtado e Conde de Sarzedas.
3 comentários :
LUA DE ONTEM E DE HOJE
(para Lorena, cidade natal)
Nossas lembranças moram dentro de nós.
E elas nunca falham quando delas precisamos,
para descrever nossos sentimentos, seja de
saudade, amor, amizade pela natal cidade.
E as fotografias retratam aquele segundo eternizado.
“Só a máquina fotográfica a todos ilumina e perpetua.”
Com as lentes de aumento num caleidoscópio fixadas,
vejo minha cidade amada e sua aparente calma.
No jardim da praça molhada pelo sereno,
a fonte luminosa Maria Cecília, seus focos
de água e luz que a todos encantam,
as palmeiras imperiais espalhadas pela praça
principal, balançam nas ondas hertzianas da radio local.
O repicar dos sinos da catedral
anunciando a procissão que percorre
as ruas centrais lorenense.
E vi na sacada do velho casarão de Risoleta,
ela tocando no piano sua clássica canção.
Num ontem distante minhas lentes de aumento,
ouviram e ainda ouve o apito tristonho de um trem noturno,
que passa sempre à mesma hora por Lorena,
a saudade doce invadiu minha alma serena.
Regina Rousseau
Ficamos felizes com a homenagem à nossa querida cidade de Lorena. Regina Rousseau, Lua de hoje, reverenciando a Lua de ontem, de Péricles Eugênio, encanta-nos com a suave nostalgia das lembranças de sua terra natal. E, embora já não se fotografe mais essa paisagem,
confirmam-nos, anonimamente, que a saudade é mesmo "um amor que fica".
Belíssimo poema de Regina (LUA DE ONTEM E DE HOJE)...Relembrando lugares que encantam e nos trazem muita saudade. Bravo!!
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