CARTA COROGRÁFICA DA SERRA DO MAR

Carta Corográfica e Hidrográfica da costa do mar da Capitania,
elaborada em 1789 por João da Costa Ferreira.
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O governador Lorena, reconhecendo a necessidade de recorrer a profissionais para a construção de novas vias de comunicação, designou o engenheiro João da Costa Ferreira e o astrônomo Francisco de Oliveira Barbosa para realizarem o projeto da nova Estrada na Serra do Mar. Na carta corográfica elaborada por eles está traçado o caminho que, partindo de Santos, atravessa o Casqueiro e mais uma água, antes de chegar ao Rio Cubatão, onde transpõe diretamente e sobe a Serra por uma linha que, indubitavelmente, é idêntica à da Estrada do Lorena. Uma consulta aos detalhes do mapa encontra-se disponível no site Novo Milênio: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0102z12.htm
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Bernardo José de Lorena, governador de São Paulo, homem enérgico e cheio de entusiasmo, deu nova vida ao ambiente estagnado da Capitania com utilíssimas construções e obras públicas. Considerando que o sempre crescente movimento comercial no Porto de Santos exigia um caminho melhor, construiu uma estrada para resistir à ação demolidora do tempo por muitos anos e corresponder às exigências do tráfego. A Câmara Municipal de S. Paulo, em sinal de gratidão, mandou então levantar no Alto da Serra um monumento comemorativo com a seguinte inscrição em latim:
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Illustrissimus ac Excellentissimus
Dux Generalis
Bernardus Josephus de Lorena
Anc asperrimam
Et impraticabilem auto viam
Munivet;
Quam obrem
Instanti Nominis Memoriam
Senatus Paulopolitanus
Signum
Erexit
Anno 1790 Domine
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O Governador Lorena, como hábil diplomata que era, vendo bem o perigo que poderia advir de parte da desequilibrada Rainha de Portugal por tão pomposa homanagem, procurou neutralizar um possível desagrado, levantando outro monumento com os seguintes dizeres:
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Omnia vincit amor subditorum
Maria Regina
neste anno de 1790
Bernardo José de Lorena, General desta Capitania
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Estes monumentos não tiveram longa vida. O último desapareceu, provavelmente, derrubado em 1822 pelo povo na sua fúria de destruição de tudo que lembrava os tempos coloniais. Em 1839 foram encontradas, enterradas no chão, as quatro pedras de sabão "Omnia vincit..." descritas por Kidder, um viajante americano que naquele ano subia para S. Paulo. Duas dessas pedras, a primeira e a última, depois de minuciosas pesquisas, foram encontradas por uma turma de trabalhadores dirigida por Washington Luís, Antonio Prado Junior e Major Canabarra, e incrustradas, em 1922, no monumento Padrão do Lorena, erigido no meio da Serra, à beira da estrada atual. Na mesma época foi restaurado o monumento levantado em 1790 pela Câmara Municipal Paulistana, em homenagem ao Governador Lorena.

Um comentário :

José Norton disse...

Não tem problema nenhum em usar o meu material. Tenho o maior interesse em falar consigo ainda que eletronicamente. Tem que ler o meu livro (acho que está nas principais livrarias de S. Paulo e Rio e nos sites de venda da Internet)porque nele se fala e muito do Bernardo Lorena.
O seu blog é muito interessante.Hoje estou em S. Paulo, amanhã vou para S. Salvador e no dia 28 voltou a Lisboa. Aí volto a contatctar com mais substância