WILSON LORENA


WILSON LORENA

Cachoeira Paulista *18-04-1919 - Lorena +02-02-1994

Wilson Lorena, terceiro filho homem do Maestro José Randolfo Lorena, casou-se com Celina Bittencourt e tiveram 5 filhos: Dalva Lorena, Milton Lorena, Cecília Lorena, Nelson Lorena Sobrinho e Wilson Lorena Filho. Viúvo, casou-se novamente com Benedita Nunes, com quem teve a filha, Ínes Lorena.

Foi o 12º filho do Maestro e passou a infância cercado dos cuidados dos pais e das irmãs que, carinhosamente, o tratavam por Cicinho, forjando desde muito cedo o seu temperamento amoroso e cordial. Foi aos 7 anos de idade, matriculado no Grupo Escolar de Cachoeira e depois de diplomar-se no ensino preliminar aos 12 anos, conforme a vontade de seu pai que queria fazer dele um advogado, entrou para o colégio Dom Néri, em Cruzeiro. Após frequentar por 3 anos, obstinou-se em deixar os estudos e decidiu trabalhar nas oficinas da E.F.Central do Brasil, ansioso para colaborar com o sustento da numerosa família e planejando construir o seu futuro. Iniciou assim a sua vida de sonhos e lutas e, como possuia boa escolaridade, conseguiu ser promovido a escriturário e, com o tempo, chegou a almoxarife, cargo no qual se aposentou. Por ocasião dos seus 14 anos, convalescendo de uma grave pneumonia, ganhou de seu pai, uma pequena flauta doce e, mesmo não sabendo nada de música compôs em 1933 sua primeira canção, “Vida tão triste” que, apesar do tema relacionado ao seu estado de saúde, externava o seu bom ânimo na alegre cadência de um samba. E o Maestro Lorena logo a arranjou em partituras e, orgulhosamente, passou a divulgar com sua Banda o mais novo compositor da família. Tendo aprendido sozinho e sabendo de cor todos os toques de comando, foi convidado para ingressar na corporação de escoteiros de Cachoeira, assumindo logo a função de corneteiro-mor. Assimilando as práticas sadias dos ensinamentos de Baden Powell, chegou a chefe de escotismo e, enquanto trabalhava na formação dos mais jovens, incorporava-as às normas que o conduziriam pelos trilhos do Bem e da Retidão por toda a vida. Desde menino, demonstrou grande habilidade com as bolas de pano nas peladas de rua e, quando seu pai fundou o Clube de Futebol de Cachoeira, passou a dedicar-se ao esporte, revelando-se um talentosíssimo jogador pela ponta direita. Era muito veloz em campo e os colegas o chamavam de “motorzinho”, mas como os adversários alertavam os companheiros aos gritos de, “Olha o Lalau, olha o Lalau!”, pois era quase certo que ele iria roubar-lhes a bola, juntamente com a fama, ficou-lhe o apelido que melhor identificou as suas qualidades de desportista. Tinha uma vocação inata para a dramatização e sempre que narrava um fato ou episódio com a participação de mais de uma pessoa, improvisava logo a cena, representando cada um dos envolvidos como se estivesse num palco. Estudou teoria musical e solfejo, lia e escrevia música com desenvoltura e tocava vários instrumentos, foi integrante da Banda XV de Novembro ao lado do Maestro Lorena e sempre participou dos bailes e domingueiras com a Milton Jazz Band, dirigida por seu irmão, Nelson Lorena. Nunca se afastou da música, desenvolveu-se no saxofone alto, introduziu-o nas bandas carnavalescas em igualdade de condições com os outros metais e chegou a comemorar 50 Carnavais, desde o tempo em tocava com o pai e os irmãos e, mais tarde, com seus próprios filhos. Com fértil inspiração e sensibilidade para o cotidiano, deixou um acervo com 126 canções entre sambas, marchas, boleros, rumbas, valsas, chorinhos e vários hinos. Fiel à tradição da música de retretas, homenageou ao seu pai e ao seu tio, com um dobrado, sua composição de nº. 84, Juca e Oscar, em 1976. Inteligente e prestativo, foi um grande estudioso da literatura de Allan Kardec praticando, com desprendimento, a solidariedade e a assistência aos menos favorecidos, sempre norteado pela doutrina que foi sua bússola maior durante toda a existência. Espiritualista, vivenciou as conquistas, sem vangloriar-se e as grandes perdas, sem nunca se abater. E confiando sempre no retorno das experiências como um roteiro para a própria evolução, esmerou-se em mais dar que receber, declarando sempre com convicção “...desta vida, só se leva o Bem que a gente faz!”

GALERIA DE FOTOS DE
WILSON LORENA


Aos 16 anos, já com o seu inseparável Sax Alto.


Excursão ao Rio de Janeiro com Escoteiros na Semana da Pátria.


O craque do Cachoeira Futebol Clube - Lalau


A futura esposa, Celina Bittencourt (esquerda), e suas irmãs,
 Iracy Bittencourt (direita) e Dalva Bittencourt (centro).


Com a esposa Celina, os filhos Dalva e Milton e 
a sobrinha Dulcília (ao colo) - 1952.


Os filhos, Dalva (à direita), Milton e crianças amigas.



Dalva Lorena (Dalvinha)


Cecília Lorena


Dalvinha e a querida mãe, Celina.



Da esquerda para a direita: Milton (12), Wilson (pai) (40), Wilson (filho) (3), Celina (39), Nelson (4), Dalva (16), Tia Ditinha, Cecília (5), Tio Alvinho - 1959

Quanto riso, oh! Quanta alegria!

...em ½ século de Carnavais.




MANUSCRITO DE INTRODUÇÃO AO CADERNO MÚSICAS
PARTITURAS E LETRAS


126 COMPOSIÇÕES DE WILSON LORENA

01-Vida tão triste, 02/07/1933 (aos 14 anos), samba
02-Samba tristeza,16/08/1933, samba
03-Rebola meu bem, 21/08/1933, samba
04-A madrugada vem raiando, 07/091933, marcha
05-Silencioso, 05/10/1933, fox-trot
06-Minha inspiração, 25/10/1933, 1ª valsa
07-Oh, Nair!, 15/11/1933, samba
08-Ritinha, 28/02/1934 (música), 25/09/1936 (letra), valsa
09-Saudades de Cachoeira, 29/02/1934, marcha
10-A vida é amarga, 12/07/1934, marcha
11-Lá vai o sol se escondendo, 15/04/1935, samba
12-Sou lourinha, 27/04/1935, marcha
13-Querida, 22/05/1935, samba
14-Coração sofredor, 18/06/1935, fox-trot
15-Canção da despedida, 12/10/1935, bolero
16-Pierrô e Colombina, 12/01/1936, marcha
17-Sob as estrelas, 20/01/1936, marcha
18-Paixão de Pierrô, 01/01/1937, marcha
19-Chora saxofone, 18/01/1937, chorinho
20-Edy, (em memória da filha do Milton), 23/01/1937, valsa
21-Saudades do Zuza, 29/06/1937, tango/canção
22-Tira a tristeza, 08/09/1937, chorinho
23-As três irmãs, (Yvone, Anita, Ínes), 09/04/1938, valsa
24-No céu azul, 19/05/1938 (música), 16/07/1967 (letra), valsa
25-Sou infeliz,25/06/1938, marcha
26-Adorada mãe, 23/10/1939, tango/canção
27-Vem palhaço, 18/01/1940, marcha
28-Não tem igual, 08/01/1948, marcha
29-Cigana feiticeira, 05/02/1950, marcha
30-Coração cansado, 18/04/1952, samba
31-Mundo de ilusão, 19/04/1952, samba
32-Rumba da saudade, 26/04/1952, rumba
33-Jesus Nazareno, 12/07/1952, bolero
34-Ambiente de paz, 20/12/1952, valsa
35-Mensageiro da paz, 20/01/1953, valsa
36-Princesa Isabel, 23/05/1953, baião
37-Aracy, 05/05/1953, baião
38-Adorada mãe, 18/04/1958, bolero
39-Mulher pecadora, 03/03/1961, bolero
40-Saudade sem fim, 04/02/1962, valsa
41-Xixi no orinó, 20/01/1963, baião
42-Você conhece o Lalau?, 04/02/1963, marcha
43-O samba é bem brasileiro, 18/04/1964, samba
44-Volta pra mim amor, 18/04/1965, bolero-mambo
45-Estrela d’alva, 08/08/1965, bolero
46-Vem Conceição, 05/06/1966, bolero-mambo
47-A luz que aquece minh’alma, 08/12/1966, rumba
48-Amor divino, 15/11/1967, bolero
49-Marcha do jornaleiro, 04/02/1968, marcha
50-Margarida, 18/04/1968, marcha-rancho
51-Vivo sorrindo, 16/06/1968, samba
52-Eu vou sambar, 30/06/1968, samba
53-O samba é brasileiro, 08/08/1968, samba
54-Só o amor, 19/04/1969, bolero
55-Marcha do caipirinha, 25/09/1969, marcha
56-Desilusão, 15/11/1969, fox
57-Carnaval em Lorena, 20/01/1970, marcha
58-Gato amarelo, 30/01/1970, marcha
59-É só paixão, 25/02/1970, samba-canção
60-A poeira do chão, 30/03/1970, samba
61-Nasci pra ser doutor, 17/04/1970, samba
62-Brasil feliz, 13/04/1970, samba
63-A madrugada chegou, 30/06/1970, samba
64-Sob a luz do luar, 06/07/1970, samba
65-Fugi de casa, 16/07/1970, samba
66-Um sonho que findou, 13/08/1970, samba-canção
67-Grande angústia, 07/09/1970, bolero
68-Carnaval na praia, 04/02/1971, marcha
69-Eu vou pra Jacarepaguá, 15/02/1971, marcha
70-Luz da minha vida, 16/07/1971, samba
71-Não consigo esquecer, 07/09/1971, bolero
72-Minhas lágrimas rolaram, 08/11/1971, bolero
73-Sinhá Maria, 01/11/1971, samba-embolado
74-Minhoca na cabeça, 05/04/1972, samba-baião
75-Vim da Espanha, 10/05/1972, bolero-mambo
76-É triste a solidão, 30/06/1972, bolero
77-O samba é quente, 18/04/1973, samba
78-O amor que sonhei, 16/08/1973, bolero
79-Gabriela, 12/03/1974, forró
80-Recordando o passado, 08/08/1975, canção-bolero
81-Sou feliz, 01/09/1975, marcha
82-Arranquei carrapiá, 04/11/1975, frevo
83-Chegou a banda (sou feliz), 16/02/1976, marcha
84-Juca e Oscar, 25/02/1976, dobrado
85-Violão em pedaços, 28/02/1976, frevo
86-Natureza bela, 18/04/1976, valsa
87-Sorriso triste, 06/06/1976, bolero
88-Eu sou de lá, 18/04/1977, frevo
89-Abraçadinho com ela, 16/07/1977, samba-baião
90-Batuque na senzala, 08/09/1977, samba-baião
91-Ai, que dor esquisita, 03/06/1978, samba-baião
92-Não pode nhô bode, 05/04/1978, samba
93-Desde pequenininho, 17/04/1978, samba-baião
94-Lágrimas, 20/01/1978, samba
95-Chega já é demais, 15/04/1978, bolero
96-Eternamente na escuridão, 16/07/1978, bolero
97-O mundo precisa de luz, 25/12/1978, valsa
98-Bebendo chopp, 28/12/1978, marcha
99-Ínes, 08/07/1979, bolero
100-Batizado de Assis, 10/07/1979, bolero
101-Já sofri demais, 10/07/1979, bolero
102-Gaivota sem ninho, 14/07/1979, bolero
103-Serei feliz, feliz!, 25/07/1979, bolero
104-Dor da saudade, 25/12/1979, bolero
105-Preciso de carinho, 10/01/1980, bolero
106-Doce amor, 20/01/1980, valsa
107-Patrícia maravilha, 25/01/1980, samba-baião
108-Onde foi meu amor?, 20/03/1980, bolero
109-Juízo, menina!, 18/03/1981, bolero
110-Pó pa tapá taio, 11/04/1981, samba-baião
111-Este é o meu Brasil, 13/05/1981, samba
112-Hino Alvorecer, 10/06/1982, marcha
113-Daisy, 09/07/1982, bolero
114-Que saudade, 28/04/1983, rumba-canção
115-Ele veio (Natal), 25/12/1983, valsa
116-Hino-Sob um céu azul, 24/04/1985, marcha
117-Hino-Estrela do mar, 07/09/1985, marcha
118-Hino-Associação 13 de maio, 09/07/1986, marcha
119-Hino-Palmeiras Imperiais, 19/01/1987, marcha
120-Luz nos meus caminhos, 18/04/1987, bolero
121-Horizonte colorido, 19/04/1987, bolero
122-Vale a pena, 25/12/1990, bolero
123-Nasci neste Brasil, 28/12/1990, samba ou baião
124-Hino-Oh, que maravilha, 31/12/1990, marcha
125-Beija-flor no jardim, 20/01/1991, bolero
126-Para que recordar, 04/02/1991, bolero

Todas as composições com
Música e Letra de
Wilson Lorena
*1919 +1994



MEMÓRIAS DE WILSON LORENA


Memórias da minha infância.
1919 a 1929





Formatação em PPS
edição de imagens e som
por Milton Lorena

4 comentários :

Unknown disse...

Ola, Milton!

Super bacana a historia de vida do seu pai, que eu nao conhecia.

Grande abraco, Jr.

milton lorena disse...

Olá, primo!
Muito obrigado pela sua atenciosa constância aqui no blog. Fico feliz em prestar-lhe essas resumidas informações sobre o meu pai e em saber que a proposta de divulgar e preservar a memória dos nossos queridos Lorenas alcança os seus objetivos.

abraços

Milton

Reinaldo Canova; Luanna Canova disse...

Tio! Que histórias lindas! Cada dia amo mais essa família! Vai ser legal quando chegar na minha geração, rs! Tem que colocar fotinhas nossas, rs! Saudades! TE AMOOO! Parabéns pelo lindo trabalho! Bjs

milton lorena disse...

Obrigado, querida Luanna! Esse trabalho é mesmo para a sua geração e para as que vierem. Um ponto de encontro entre o que fomos, somos e seremos!
BJOS