RANDOLPHO JOSÉ DE LORENA - NETO



RANDOLPHO JOSÉ DE LORENA
Aparecida
*08-07-1910       †23-09-1998


Randolpho José de Lorena, filho do Maestro Oscar Randolpho Lorena, neto do Mestre-Capela Randolpho José de Lorena, nasceu e viveu em Aparecida e, como um legítimo herdeiro da musicalidade de sua família, deixou para a posteridade a brilhante contribuição de seu indiscutível talento.
Transcrevemos a seguir a sua apresentação, por sua filha, Maria da Graça Jacob Lorena, professora de música e pianista.
Texto publicado em “O Lince” | Nova Fase | Ano 1 | Nº. 07 | Julho de 2007.

“Randolpho José de Lorena nasceu em Aparecida no dia 8 de Julho de 1910 e faleceu no dia 23 de setembro de 1998. Filho de Oscar Randolpho Lorena e Maria Benedicta Barreto Lorena, casou-se com Maria Conceição Jacob, constituindo família de quatro filhos – Francisco, Maria Celeste, falecidos precocemente e mais Maria da Graça e Maria Regina. Randolpho José de Lorena, músico talentoso, artista sensível, magnânimo, humano, solidário. Exemplo de tenacidade, equilíbrio, coerência. Pai amoroso, sempre presente e...inesquecível! Randolpho José de Lorena herdou de seus pais especial musicalidade. Tenor, verdadeiro, recebeu de sua mãe o “aveludado” e a beleza da voz. Aos 9 anos , num ato de sensibilidade e amadurecimento precoces, percebendo a vida pouco fácil da família, por própria conta, conseguiu emprego no armazém do “Zé de Castro”. O salário dava para comprar “fruta”, e assim ajudaria na despesa da casa. A Música, no entanto, já o acompanhava e, ali mesmo, nos intervalos do trabalho escreveu suas primeiras composições. Criança, Randolpho Lorena manifestou natural cumplicidade à linguagem mais adequada para os diversos instrumentos de sopro. Tanta afinidade possibilitou, a ele, o domínio de técnica diferenciada, que lhe facilitou melhor execução nos vários tipos de instrumentos que compõem essa família. Requinta foi seu primeiro instrumento. Menino tocava na banda como gente grande! Tal fato atraía a atenção da assistência e, não raro, era carinhosamente elevado nos braços de alguém, tornando-se alvo melhor para ser admirado. Os instrumentos aos quais mais se dedicou foram: saxofone e flauta. Mas, como seu pai, Oscar Lorena, era o saxofonista titular Randolpho Lorena ocupou, com propriedade, a posição de flautista. Compositor, Randolpho José de Lorena mostrou em seus ”Dobrados,” criatividade nas combinações harmônicas e feliz distribuição melódica. A seqüência musical, lírica e envolvente, característico nas composições dos Lorena, ficam evidenciadas, principalmente, nos “trios“ dos Dobrados, feitos com destino certo: ”Banda Aurora Aparecidense”. Mas, a evolução criativa, presente nas novas composições, passou a pedir dos executores outros recursos técnicos. A impossibilidade de ouvir suas composições, pelo único meio de que dispunha, teve como resultado o fim da produção sistemática do artista. A Música, no entanto, fazia parte da natureza de Randolpho Lorena, impossível, portanto, ausentar-se de sua influência. Assim sendo, Randolpho José de Lorena continuou contribuindo com a sua arte sempre que solicitado. Exemplo disso foi o repertório por ele harmonizado e tocado pela, outrora brilhante, Banda Marcial da Guarda Mirim de Aparecida, para não falar em suas participações no Coro e Orquestra da Basílica, e também nos famosos Festivais. Randolpho José de Lorena é personalidade de indiscutível expressão artística, um dos nomes decisivos na formação do cenário ímpar de uma Aparecida que, em tempos idos, fez jus aos versos de seu Hino: “Ufana, ergue-se Aparecida que é, da Pátria, bela estrela!"”


MARCHA SOLENE/DOBRADO SÃO JOSÉ, composição de Randolpho José de Lorena, restaurada e adaptada pelo Maestro Silvio Baccareli, executada pelo Madrigal e Orquestra Baccareli durante a Missa de Ação de Graças pelos 50 anos de sacerdócio do Padre Isaac Barreto Lorena, na Basílica Velha de Aparecida em 27-01-87.



TRIO DO DOBRADO SÃO JOSÉ,
c
omposição de Randolpho José de Lorena em arranjo e gravação pelo maestro Silvio Baccarelli durante a apresentação na missa de comemoração dos 50 anos de sacerdócio de seu tio o Padre Isaac Lorena.

Ative o player para ouvir ou clique no link para baixar a composição:


http://www.4shared.com/file/179885784/7dc59993/Trio_Dobrado_Sao_Jose-Randolph.html


MARIA CONCEIÇÃO JACOB DE LORENA

Figurou no cenário cultural aparecidense como cantora extraordinária, dotada de voz maravilhosa e destacou-se como brilhante alfa estrela na constelação dos Lorenas, à qual se integrou pelo matrimônio com Randolpho José. Para os que tiveram a felicidade do seu convívio e o privilégio de ouvi-la permanece a lembrança da sua doce presença e, através dos tempos, os ecos de seu incomparável canto.

Maria Conceição com o esposo Randolpho José e a filha Maria da Graça


MARIA CONCEIÇÃO JACOB DE LORENA

Aparecida
*20-05-1911    †03-09-1977

Por sua filha, Maria da Graça Jacob Lorena, professora de música e pianista.
Texto publicado em “O Lince” | Nova Fase | Ano 1 | Nº. 06 | Junho de 2007.

“Nasceu no dia 20 de Maio de 1911 e faleceu no dia 3 de Setembro de 1977 na cidade de Aparecida. Filha de pais Libaneses, Deud Jacob e Anna Maron Jacob, casou-se com Randolpho José de Lorena. Em Aparecida viveu toda a sua vida de esposa, mãe e devota, fiel, de Nossa Senhora. Temperamento alegre, extrovertido, possuía voz de linda sonoridade. Soprano de timbre especial fazia-se ouvir mesmo cantando em meio a outras vozes. No entanto, a maior e melhor lembrança musical que deixou fica por conta dos solos das Ave-Marias, com destaque para as de Tescári, cantadas nos casamentos, acompanhada ao órgão por Maria Conceição Barreto. Nessas ocasiões, ocorrências diárias, entoava as melodias com o melhor de sua voz de grande extensão, agudos consistentes, porém, timbre delicado. Maria Conceição, além de cantar, tocava piano e bandolim. Gostava de ler, apreciava poesias, refletia o gosto pelas letras - dom de família que produziu poetas e intelectuais como João Jacob, Jacob David Neto - ambos com livros publicados. O contexto familiar de Maria da Conceição Jacob foi afeito ao clima de efervescência sonora vivida por Aparecida. Assim, por vários anos fez-se cantora do Coro da Basílica e a principal e sempre requisitada solista para os casamentos. Maria Conceição Jacob é inesquecível para os que ouviram a doçura da sua voz. Entretanto, mais inesquecível ainda ela se faz para suas filhas que, além da suavidade do seu canto, receberam a ternura do seu amor de mãe.”

UM MOMENTO ESPECIAL

Randolpho na flauta, sua filha Maria da Graça ao piano e o irmão Juca Lorena, no contrabaixo. No violino Zé Barreto e seu pai, no violoncelo. Apresentação no Seminário Santo Afonso em 1959/60.



2 comentários :

Professor Pasin disse...

Parabéns!
Sou grande admirador dessa família.
Madah a recordação está no lugar de destaque.
O blog foi uma grande iniciativa.Assim podemos contemplar tantas obras e recordar um tempo bom, e reavivarmos nossa memória.
Grande abraço.
Cesar Maia

milton lorena disse...

Caro Cesar Maia
Agradeço em nome da prima Madah e de todos os que têm se empenhado em preservar a arte e a memória dos Lorena.
abraços

Milton Lorena