FRANCISCO JOSÉ DE LORENA - O NÚMERO 1

OS LORENAS NO VALE DO PARAÍBA
O NÚMERO UM


FRANCISCO JOSÉ DE LORENA
1803 - 1891

Retrato a óleo por Nelson Lorena, sob orientação e
descrição de seu pai, José Randolfo Lorena.

Acervo do Museu da Família Lorena



Conforme publicado em nosso post de 01-09-2008, pouco se conhece sobre o nosso “Chico Lorena”, entretanto, novas e importantes informações vem contribuir para desvendar a origem dos Lorenas, seus descendentes, permitindo que a família, bem orientada pelo passado, prossiga desenhando o seu futuro. Graças aos pesquisadores e genealogistas, professores José Maurício do Prado Jr. e Marília Silva foram localizados os registros do casamento de Francisco José de Lorena com Leopoldina Maria de Faria no arquivo paroquial de Nossa Senhora da Soledade de Itajubá, em Itajubá-MG, como segue:

REGISTRO DE CASAMENTO



Os motivos que levaram o areiense Francisco, nascido em 1803, a subir a Mantiqueira e estabelecer-se em Soledade de Itajubá, a atual Delfim Moreira, no sul de Minas Gerais permanecem ignorados. Essa povoação, iniciada como um reduto de garimpeiros em busca do ouro das minas de Itagybá, há muito deixara de atrair novos moradores e, se por essa razão, ele aí decidiu tentar a sorte, não encontrou o que procurava, mas teve a felicidade de conhecer a sua Leopoldina, com quem se casou aos 32 anos de idade. Iniciava-se assim a família que, nas considerações do professor Prado Jr., veio chamar-se “de Lorena”, por toponímia, pois, segundo o costume, as pessoas tinham apenas o prenome registrado nos assentos de batismo e quando casavam ou precisavam formalizar algum documento é que adotavam um sobrenome. Como o “Chico” era de Areias, uma freguesia da Vila de Lorena, é provável que ele fosse reconhecido, também, como o “Chico de Lorena”. E, até o momento, não temos explicação mais adequada para a origem do sobrenome da família iniciada com o Francisco e a Leopoldina em 1835. Entretanto, como no registro de casamento ele adota, também, o nome “José”, arriscamos supor que talvez seja em homenagem ao Governador da Província de São Paulo, Bernardo José de Lorena, que elevou a freguesia de Guaypacaré à Vila de Lorena, em 1788. E assim como a cidade, também estes Lorenas devem ao ilustre governador, embora indiretamente, o sobrenome, tão bem lustrado pelo caráter e pelo talento dos seus grandes artistas que, ao longo do tempo, só fizeram engrandecer o nome Lorena. Mais tarde, retornou o seresteiro Francisco José de Lorena para o Vale do Paraíba e, segundo depoimentos de familiares, teria falecido em Cachoeira Paulista. Alguns de seus descendentes permaneceram sempre naquela localidade, outros vieram a estabelecer-se em Aparecida, onde brilhou o mestre-capela Randolpho José de Lorena, seu filho, uma referência, em definitivo, para a música sacra brasileira no século XIX. Como curiosidade, segue um pequeno trecho pinçado das memórias de seu sempre bem humorado neto, José Randolfo Lorena, relembrando a época em que todos residiam em Cachoeira:

“Na Rua São Sebastião, no lugar da casa que mora hoje um dos Ferreira, em frente à casa do Romualdo, existiu uma pequena casa de duas portas e duas janelas pequenas, cor-de-rosa, onde morava meu avô paterno; na casa velha que foi da Nininha Balduino, pouco abaixo da de Romualdo, à época a que me aludo eu era pequeno, de calças curtas e um dia atravessei a rua, sentei-me à porta de meu avô, o qual na pequena salinha, conversando com meu pai, dizia: Randolfo, não sei onde vamos parar, da maneira que tudo está encarecendo!...Imagina você, que hoje mandei comprar no açougue do Luiz Moreira, um quilo de carne de porco ele teve a coragem de cobrar-me 500 reis?!! Um quilo de toucinho, 500 reis?!! Um litro de arroz por 200 reis, uma rapadura, 2 vinténs!! E por aí vai, tudo subindo!...Onde já se viu, uma dúzia de ovos por 12 vinténs!! Quem pode agüentar isto desta maneira?!! Se meu avô pudesse voltar novamente com a mesma mentalidade, com certeza a saber dos preços em 1951, cairia fulminado para nunca mais levantar!!!” Memórias de José Randolfo Lorena (1876 – 1961)

......

Conforme informações atualizadas por José Maurício do Prado Junior, Francisco José de Lorena casou-se pela segunda vez no município de Silveiras, em 1866, com Lydia Theotônia Guedes. O evento encontra-se assentado no livro da família Vaz Pinto, de Itajubá. 


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