A ÁGUA DO QUINZINHO


 LITERATURA DE NELSON LORENA

Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.





A literatura de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentos artigos sobre história, ciências, humor, crônicas locais, crítica, política e religião, que publicou como cronista do Jornal “O Cachoeirense”. Ao professor e jornalista José Maurício do Prado, o nosso agradecimento pelo acesso aos originais












Jornal “O Cachoeirense” Ano II, Edição nº. 53, 22 a 28 de maio de 1978.

A ÁGUA DO QUINZINHO
NELSON LORENA

Hoje em dia, o homem para viver não deve respirar, nem comer e nem beber. A poluição do ar, em virtude das toxinas que as indústrias nele lançam, envenena nosso organismo. A engorda artificial de animais e aves de consumo, traz malefícios à saúde do consumidor, as frutas e legumes lançados nos mercados estão saturados de inseticidas e aerossóis que nos produzem enfermidades, que se agravam, ainda, com o uso de medicamentos, muitos deles condenados pelo Órgão Norte Americano de Controle de Medicamentos, como o Karmicin que produz a surdez, o Winstrol que provoca o nanismo, o Deprovera, para controle da natalidade que resulta em tumores mamários, os produtos à base de Dipirona como o Buscopan Composto, o Baralgin, o Conmel, o Citalgin, o Apracur, o Duoflex, o Beserol e Dorsedin, que produzem a agranulocitose fatal (redução dos glóbulos brancos do sangue) e outros, portadores de agentes cancerígenos! Não sabemos para onde correr. Se paramos a onça come, se corremos a onça pega. Na luta pela sobrevivência os homens se destroem. “Homo, homini lupus” O raciocínio do nosso caboclo parece certo, quando diz que “nóis vamos ao doutor, pagamos a consulta porque o médico precisa viver, levamos a receita ao boticário, porque afinal ele também precisa viver, chegamos em casa e jogamos o remédio fora, porque afinal nóis também precisamos viver!” De tudo isso, a água do Quinzinho parece-nos que é o que menos prejuízo nos traz, e isso porque, há noventa anos o povo a consome e nenhum efeito nocivo à saúde foi constatado pelos médicos. Desde o padre Evaristo, às famílias do cel. Domiciano, do Rufino, dos Moreiras, do Manoel Fortes, dos Lombas, dos Guimarães, do cel. Juquinha, do Constantino, Major Severino e todos os moradores das ruas, 15 de novembro (hoje prefeito Antonio Mendes), Santo Antonio do Xavier, da Estação e da Praça do Comércio (hoje Dr.João Evangelista Rodrigues), até hoje a usam e a consideram saudável. Quem nos garante que a água consumida pela população contém a dosagem exata de cloro e sulfato de alumínio? Já se observou seu efeito em nossa saúde? Não será essa dúvida que leva muita gente as minas? Então melhor deixar como está para ver como fica.

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