OSLORENAS: NOÇÕES DE HERÁLDICA - Brasões dos Duques de Lorena

NOÇÕES DE HERÁLDICA

Estas breves noções de Heráldica visam facilitar o conhecimento dos antigos brasões dos nobres da Lorena, que, ao longo do tempo, se converteram em autênticos documentos portadores do registro histórico de uma era.

O escudo era a forma mais eficaz para a identificação do seu proprietário. Se um cavaleiro se apresentasse apenas com as cores de sua família, poderia ser confundido com outro que usasse as mesmas cores. O mesmo aconteceria com símbolos de nobreza tais como, coroas, elmos, etc., mas os desenhos dos escudos jamais seriam iguais. Eram eles algo semelhante à nossa carteira de identidade, apesar de também poderem representar uma família inteira ou, até mesmo, uma nação. O escudo contém uma ampla gama de significados, cores, figuras e sinais, definidos em sua origem mas, geralmente resultantes de alianças familiares ou territoriais e da combinação das armas de diferentes famílias ou indivíduos.

PARTIÇÕES DE LOCALIZAÇÃO

O campo do escudo pode apresentar-se inteiro, caso em que se diz, pleno, ou dividido segundo regras determinadas em partições que servem para identificar e localizar, cores, detalhes, figuras, etc..

DIVISÕES E PEÇAS INTERNAS

A Heráldica se expressa por meio de uma linguagem impregnada de referências às guerras e aos torneios de cavalaria, que constituem a sua gênese. As peças internas do escudo simbolizam honrarias obtidas pelo seu portador e as divisões básicas correspondem aos quatro grandes golpes de armas, conforme a direção: Partido, Cortado, Fendido ou Talhado.

FONTE:

http://www.atelierheraldico.com.br/index.htm

BRASÃO DA LORENA

O escudo de armas dos duques da Lorena é blasonado de "ouro à banda de goles (vermelho) carregada de três alerions de prata."

O Ducado da Lorena foi um estado independente, resultante da divisão da Lotaríngia pelo duque Bruno de Colônia, em 959. A Alta Lotaríngia, foi confiada a Frederico de Bar, feito duque em 977, tornou-se o ducado da Lorena, em 1047 e os seus duques se sucederam até 1766, quando a Lorena foi anexada pela França. O primeiro a portar e transmitir este brasão foi Frederico de Bitche (1143-1206), Senhor de Bitche e duque de Lorena, casado com Ludmila da Polônia (1150-1223).

É provável que as cores, ouro, vermelho e prata do Brasão da Lorena se tenham derivado dos brasões da casa de Alsácia, de onde os duques são provenientes. As três águias (alerions) de prata sobre a banda vermelha (goles) seriam referências à Santíssima Trindade e aos três Bispados da Lorena (Toul, Metz e Verdun).

Alta Alsácia Baixa Alsácia

EVOLUÇÃO DOS ARMORIAIS DOS DUQUES DE LORENA

ARMORIAIS DE RENÉ I DE ANJOU

Os armoriais de René de Anjou, evoluíram ao longo do tempo em função de seus sucessos e infortúnios, bem como de suas pretensões. Em 1420, ele se casou com Isabela de Lorena, herdeira do ducado da Lorena, e foi designado por seu tio Luis I, duque de Bar, como o seu sucessor. René I adotou um escudo esquartelado entre Anjou e Bar e colocou a Lorena, em abismo.

1420

Em 1434, morre seu irmão, Luis III, tornando-o chefe da casa de Valois-Anjou. Em 1435, morre Joana II, rainha de Nápoles, designando-o como herdeiro. René I adota por conta de suas pretensões o escudo partido em 6, correspondente à Hungria, à Sicília, Jerusalém, Anjou, Bar e Lorena.

1435

Em 1443, morre sua mãe, Yolanda de Aragão, legando-lhe as pretensões sobre reino de Aragão. Era ela, filha única do rei Jean I de Aragão, mas o trono passa para um irmão mais novo e, em seguida, ao filho de uma das irmãs de Jean I. Yolanda reivindica o trono, sem sucesso, e René coloca as armas de Aragão sobre seu brasão, em abismo.

1443

Em 1453, morre Isabela de Lorena. Seu filho, Jean II de Lorena se torna duque e continua a apoiar as pretensões de seu pai quanto ao reino de Aragão. Jean II de Lorena, adota o antigo brasão de René I enquanto este remove as armas da Lorena dos seus armoriais.

1453

Finalmente, em 1470, depois da morte de Jean II, lutando em Barcelona, René I desiste de suas pretensões ao trono de Aragão. As flores-de-lis, de França, foram simplificadas no século XV e reduzidas a três. Foram aplicadas a Anjou, mas não a Nápoles e, o escudo foi reorganizado em um esquartelado, em santor.

1470

ARMORIAIS DE RENÉ II DE ANJOU

Em 1473, a Lorena passa para René II, neto de René I. Em 1480, morre René I e René II herda, apenas, o ducado de Bar, enquanto Luís XI recebe o ducado de Anjou e o condado de Provença. René II reivindica as antigas pretensões de seu avô, reposicionando os diferentes escudos.

1473

Armas Combinadas

ARMORIAIS DOS SUCESSORES DE RENÉ II DE ANJOU

René II se casou com Filipa de Gelderland, cujo irmão, Carlos, duque de Gelderland e de Jülich, morreu em 1538, sem deixar descendência. Carlos V assumiu os ducados, mas o duque Antoine, filho de René II e Filipa, duque de Gelderland, reivindicando os dois ducados, adiciona suas armas ao seu armorial. Isto resulta um escudo com quatro reinos (Hungria, Nápoles, Jerusalém e Aragão) e quatro ducados (Anjou, Gelderland, Jülich e Bar) com a Lorena posicionada em abismo.

1538

Armas da Lorena

em 1473

combinadas
com as armas
de Guelderland-Jülich

Francisco III de Lorena (1708 - 1765), penúltimo duque de Lorena e de Bar, foi grão-duque da Toscana, com o título de Francisco II e imperador do Sacro Império Romano-Germânico, com o título de Francisco I. Francisco III, abdicou dos seus domínios para se tornar Imperador da Áustria através do seu casamento com Maria Teresa de Habsburgo. Ele e sua esposa, filha do Imperador Carlos VI, foram os fundadores da Casa de Habsburgo-Lorena.

1745

Armas da Lorena

em 1538

combinadas

com as armas

da Lorena e da Toscana

partido em abismo

O beneficiado com a abdicação de Francisco III foi Stanislas Leszczyński, ex-rei da Polônia e duque de Lorena, cuja filha, Maria Leszczyńska (1725-1768), casou com Louis XV, rei da França. A partir da morte de Stanislas, em 1739, a Lorena foi herdada por Luís XV e incorporada aos seus domínios.

RAMOS MAIS RECENTES

Condes de Vaudémont

do século XI até 1348.

Condes de Vaudémont

De 1393 até 1473

Duques de Guise

Duques de Mayenne

Duques de Aumale

Duques e marqueses de Elbeuf

Condes de Harcourt

Duques de Mercoeur

Duques de Chevreuse

CARDEAIS DE LORENA

João de Lorena (1498-1550), feito cardeal em 1518 por Leão X.

Carlos de Lorena (1524-1574), feito cardeal de Guise em 1547, por Paulo III e depois, cardeal de Lorena em 1550.

Carlos de Lorena (1561-1587), feito cardeal 1578 por Gregório XIII.

Nicolas Francisco de Lorena (1609-1670), feito cardeal em 1626 por Urbano VIII.

Carlos de Lorena (1567-1607), cardeal de Lorena e arcebispo de Estrasburgo.

CARDEAIS DE GUISE

Carlos de Lorena (1524-1574), feito cardeal em 1547 por Paulo III, tornou-se cardeal de Lorena em 1550.
Luis de Lorena (1527-1578), feito cardeal em 1553 por Julio III.
Luis de Lorena (1555-1588), feito cardeal em 1578 por Gregório XIII.
Luis de Lorena (1575-1621), feito cardeal em 1615 por Paulo V.

O Ducado da Lorena teve entre seus membros um Papa, Estevão X, cujo pontificado foi de 02 de Agosto de 1057 até 29 de Março de 1058.

ILUSTRAÇÕES DE ARMAS ESTRANGEIRAS DA LORENA

Alemanha: Alsácia-Lorena, anexadas.