LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.
A literatura de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentos artigos sobre história, ciências, humor, crônicas locais, crítica, política e religião, que publicou como cronista do Jornal “O Cachoeirense”. Ao professor e jornalista José Maurício do Prado, o nosso agradecimento pelo acesso aos originais.
Jornal “O Cachoeirense” Ano II, Ed.nº.72, 02 a 08 de outubro de 1978.
Hyppolyte Leon Denizard Rivail
ALLAN KARDEC
ALLAN KARDEC
NELSON LORENA
Há cento e setenta e quatro anos, aos 3 de outubro de 1804, nascia em Lion, Hippolyte Leon Denizard Rivail, mais conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, nome que teria tido em vidas passadas, nos tempos dos druidas. Filho de um advogado, iniciou seus estudos em sua terra natal, completando-os nas letras, na ciência e na medicina no Instituto Pestallozi, de Yverdun, na Suíça. Espírito observador, possuidor de uma inteligência penetrante, granjeou a simpatia de Pestallozi, que o fez seu colaborador. De 1835 a 1840 deu cursos gratuitos de ciências físicas, anatomia e astronomia. Em 1849 foi indicado para catedrático do Museu Polimático. Desde os dezenove anos de idade, se dedicava ao estudo do magnetismo; mais tarde, por supostas comunicações de espíritos, inclusive de um que dizia ser seu guia e protetor e que lhe revelou que devia cumprir uma grande missão, dedicou-se sem desfalecimento à difusão e codificação da causa espírita. Em 1856 publicou o Livro dos Espíritos, a obra fundamental da doutrina de grande difusão, alcançando em pouco tempo mais de vinte edições. Nele o verdadeiro fundamento do Espiritismo, quanto à imortalidade da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens. Vieram a seguir: Que é o espiritismo, Livro dos Médiuns, Céu e Inferno, O Evangelho segundo o Espiritismo, a Gênese e muitas outras obras de refutação às críticas e estudos psicológicos. A expansão da doutrina foi rápida e espantosa e o mundo científico foi tomado de grande interesse pelo seu estudo. Em menos de cinqüenta anos, impôs-se como doutrina religiosa, consolidada pela ciência e pela filosofia, lembrando aos leitores que a doutrina católica levou três séculos para se impor como religião. O interesse pelas coisas que o Além nos revela vem desde os tempos bíblicos. Antes mesmo da codificação Kardeciana, já em 1852, o Cardeal Lepicier em sua obra "No Invisível", com a aprovação do Papa Benedito XV, afirma que nas principais cidades do velho mundo, mais de cem jornais e revistas eram vendidos nos quiosques (livrarias). Esse crescimento rápido, tornou-se um fantasma para os detratores da doutrina pois é ainda o Cardeal Lepicier que, em 1921 nos diz: “Desnecessário será mencionar como são surpreendentes algumas das respostas obtidas por intermédio do Espiritismo. Não é raro que essas respostas venham lançar por terra tudo quanto até agora tinha sido acreditado universalmente”. Continua, o legado de Benedito XV, “Há de verificar-se também que admitimos a realidade objetiva das manifestações espíritas, como realmente, em muitos casos, dos espíritos do outro mundo e não meramente como fraude ou de uma prestidigitação. Parece ter sido moda, ultimamente, reduzir todos os fenômenos com o labéu da desonestidade, é um processo altamente anticientífico.” Ao escrevermos este artigo, nosso objetivo foi, unicamente, o de exaltar a memória do grande aniversariante e o valor de sua missão na Terra. O trabalho de Kardec foi fecundo; abriu ele uma clareira nos ínvios e turvos caminhos das pesquisas do homem em face dos problemas do Ser, do Destino e da Dor. Honremos o seu valor, como missionário da Terceira Revelação. A doutrina por ele codificada, é o Paracletos prometido pelo Cristo.
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