LITERATURA DE NELSON
LORENA
LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.
O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.309, de 04 a 10 de julho de 1983.
ESTÓRIAS DA HISTÓRIA
NELSON LORENA
Desde as mais remotas épocas, os fatos que marcam a história da humanidade, principalmente nos episódios que dizem respeito a pessoas, são comumente deturpados em sua realidade. Lemos numa citação de Cícero, o maior orador romano de todos os tempos, que a primeira lei da história é, “nunca afirmar coisa que seja falsa”, a segunda, “nunca esconder coisa que seja verdadeira”. O fato ou lenda da papisa Joana, que deu à luz numa procissão e que os historiadores relatam, a Igreja o desmente com provas. O rapto de Helena, como origem da guerra de Tróia, é refutado por outros escritores dizendo que, na época, Helena tinha somente doze anos, uma menina. A frase, “O Brasil espera que cada um cumpra seu dever”, atribuída ao almirante Barroso, por analogia, foi proferida por Nelson em Trafalgar. A afirmação, “nada é, tudo vem a ser”, igualmente proferida por Heráclito, é encontrada muito antes na Bíblia.
Temos lido diversos pronunciamentos sobre aspectos históricos de nossa velha Cachoeira com os quais nossos conhecimentos sobre sua origem se chocam, por contraditórios, desde o fechamento da rota do contrabando do ouro pelo Conde de Assumar.
Certo é que, a nossa existência como cidade começou com a ereção de uma capela por Sebastiana de Tal e devotos, em 1780, em louvor do Senhor Bom Jesus da Cana Verde. Geralmente, a vida de uma cidade se iniciava com a fundação de uma capela, segundo a tradição religiosa. Logicamente, seis de agosto, dia consagrado a Bom Jesus, deveria ser a data da cidade, e não o treze de junho como os jornais apregoam. Não foi o atual presidente, o único Chefe de Estado a nos visitar depois de D.Pedro II. Aqui foram recebidos e homenageados, Wenceslau Brás; Washington Luiz, até por duas vezes; os reis da Bélgica; o general Penaranda, e outros que não recordamos. O que se torna preciso é, que se firme de uma vez por todas a verdade histórica e que as lendas fiquem somente como imagens poéticas enfeitando o modesto quadro de nossa vida.
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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.
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