MENSAGEIROS DOS CÉUS

  LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.




O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.310, de 11 a 17 de julho de 1983.




MENSAGEIROS DOS CÉUS

NELSON LORENA



Analisando os fatos, quer sejam materiais ou espirituais, comparando-os com outros que se sucedem, chegamos a conclusões que nos levam ao conhecimento da Verdade. Foi assim, fazendo o uso que a todos convém do raciocínio, dádiva divinamente dada aos homens pela Providência, que Galileu, Harley, Fulton, Franklin, Grahan Bell, Marconi e tantos outros nos brindaram com os benefícios que suas descobertas nos proporcionam.
Existem, também, no plano das investigações de certos fatos inabituais, conclusões que vêm nos esclarecer sobre o problema da precocidade de certos indivíduos, como os que vamos citar: Ginanela de Marco, maestrina aos cinco anos de idade, regeu concertos nos Teatros Municipais de S.Paulo e do Rio de Janeiro. Foi muito aplaudida pelo comando e precisão dos gestos e ao estender as minúsculas mãozinhas, cumprimentando os músicos. Mozart tocava piano na corte de Viena aos quatro anos; Paganini era violinista consumado aos quatro anos e aos sete superou o seu professor. Executou um concerto numa corda só. Na coréia do Sul, um menino chamado Kin falou aos três meses de idade, com cinco meses andou e raciocinou, aos dez possuía conceitos filosóficos como os de Bertrand Russel e resolvia problemas de cálculos infinitesimais. Victor Hugo, aos nove era consagrado como um dos maiores poetas e romancistas da França e, relembrava-se de haver participado da flagelação de Jesus. Na construção do canal de Suez, seiscentos operários trabalhavam sob as ordens de um engenheiro sueco de 12 anos, de nome Ericson. Blaise Pascal, menino de 10 anos, bate num prato com uma colher; o som se propagou, cessando quando pôs a mão sobre o prato, intrigado com o fato pôs-se a investigar e escreveu o Tratado dos Sons. De outra vez, tendo seu Pai o encontrado traçando linhas e círculos com o giz no chão, passou a explicar-lhe as relações que descobrira provando que a soma dos ângulos de dois triângulos perfaz dois retos e escreve o Tratado das Secções Cônicas, com espanto do mundo cientifico. Henrique de Heineken, aos dois anos falava duas línguas, aos dois anos e meio fez exame de história antiga e moderna, nasceu em Lubeck em 1721. O menino Karkov, de Bruges na Bélgica, morreu aos doze anos deixando 350 quadros a óleo que poderiam ter sido pintados por qualquer pintor contemporâneo. Outro, Willian Hamilton, estudava hebraico aos três anos, aos treze falava 12 línguas.

“O que é conhecido de Deus é manifesto para os homens”, segundo uma citação do Abade Moreaux, na qual nos estribamos para nossas conclusões. Se “todos somos iguais em sua presença”, qual a razão pela qual certas pessoas são agraciadas com conhecimentos da arte e da cultura, incomuns ao homem normal? A razão daquele que procura na fortaleza da Fé o conhecimento da Verdade exige que sempre esteja em busca da solução dos problemas. Permitindo os fatos, Deus nos convida à investigação, ao que já inúmeros estudiosos tiraram as mesmas conclusões e que endossamos reforçadas pelo que expomos: Uma nossa filha tinha cinco anos de idade e, no instante em que a surpreendi, estava abraçada ao tio afagando-lhe o rosto e fazendo-lhe “uma declaração de amor, em francês”. O assunto prendia-se a recordações de sua esposa falecida há seis meses. Neste ínterim, o tio tirando os óculos, enxuga uma lágrima. A menina toma uma atitude adulta e, acalmando-o ou procurando consolar, lhe diz; “Não chora não, tio. A tia está viva! Ela está somente invisível! Olha, (apontando uma poltrona) ela é capaz de estar sentada ali ouvindo nossa conversa!” E, olhando para o alto, “Eu vim de lá de cima, onde existe muitas cidades.” (na casa de meu pai há muitas moradas, no Evangelho). “Muita gente ficou chorando quando eu vim pra cá. A última vez que aqui estive, morri velhinha, vi todos os meus filhos morrerem”. Uma revelação confortadora proferida por uma criança de cinco anos, para o espanto do tio que apressadamente relatou-nos.
A conclusão é a mesma a que outros observadores chegaram: Vivemos em dois planos com as alternativas de vida e morte, sempre para aprender acumular ciência, cultura e bondade de coração e, periodicamente, despertamos inteligências preguiçosas ou enclausuradas no dogma para as Verdades, proferidas pelos lábios puros e insuspeitos dos precoces mensageiros dos Céus.



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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.


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