NA AURORA DO TERCEIRO MILÊNIO

  LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.




O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.322, de 03 a 09 de outubro de 1983.




NA AURORA DO TERCEIRO MILÊNIO

NELSON LORENA



Jamais, as palavras de Jesus soaram em nossos espíritos, com tanta oportunidade, de desesperança e de agonia. “AMARÁS AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”. Não há ninguém, assim dissemos certa vez, essencialmente bom, nem essencialmente mau. Comprovando nossa assertiva vimos a dedicação dos detentos das Neves, deixando de se alimentar por três vezes, para que a verba aplicada em suas refeições fosse enviada aos seus irmãos do Nordeste. Criminosos por vários crimes praticados, elementos periculosos à Sociedade e dela segregados, dão aos “honrados” banqueiros fraudulentos, aos ministros sorvedouros de verbas eventuais, aos grandes estadistas cerceadores da liberdade individual, aos “abalizados” financeiros naufragadores da riqueza pública, criminosos de colarinho e gravata, edificante exemplo e lição de altruísmo, que nos comove. Ainda uma minoria, em cujo coração o “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, permanece uma constante. Mas a maioria, náufraga da Fé, se agarra desesperada aos destroços de um barco constituído de avareza, ganância, lucros escorchantes, sangue e lágrimas de suas vitimas. Não vamos nos ater à situação do mundo atual porque este não é nosso objetivo e nem no cristianismo comatoso e agonizante que lhe é próprio, onde os jovens de suas terras, que são as esperanças do futuro, são sacrificados por inconscientes rotulados de cristãos, ávidos de Poder, e lançados na fornalha de sangue e balas, mísseis e canhões, na Nicarágua, El Salvador, Líbano, Iraque, Irã, Irlanda etc., tudo em nome de um deus amorfo, gerado em cérebro agenese. Vamos falar sobre nosso “pobre rico” país, tão verrinado pela imprensa estrangeira que, há tempos, mostrou nosso povo sodomizado pela miséria física, pela violência civil, pela corrupção social, pela delinqüência infantil, pelo consumo de drogas, pela dissolução de costumes, e isto, sem falar nos setenta trilhões de cruzeiros que deve. Que diria Diana Smith, autora dessas publicações, se soubesse que milhares de nossos patrícios estão se alimentando de ratos, cobras e lagartos, gatos, bebendo água poluída para sobreviverem, fugindo da morte pela fome? “IDE E CURAI OS ENFERMOS”. Não nos basta a generosidade de muitos médicos em curar. O alto custo dos medicamentos fechou as portas das drogarias, ao pobre que quer viver. A subalimentação, o baixo salário, a quase impossibilidade de sobrevivência, geram as enfermidades. Há mais de meio século já se dizia que o Brasil é um “vasto hospital” e jamais deixou de o ser. Louvável é a contribuição de remédios por parte do povo e autoridades, embora insuficiente. Os casos em que a cirurgia é a solução, tornam-se insolúveis. Temos um amigo, cuja operação da próstata ficou em cento e vinte mil cruzeiros! Para o miserável a morte é a solução. “FAREIS AS COISAS QUE EU FAÇO E MAIORES AINDA” , continua o Cristo. Aí está o espírito do Dr.Fritz nas curas do Zé Arigó e, agora, na pessoa do Dr.Edson Cavalcanti Queiroz, fazendo operações cirúrgicas sem assepsia clássica, sem anestesia e sem dor. Vimos provas e ouvimos testemunhas, que fizeram questão em afirmar a veracidade dos fatos. Um detalhe raro entre os esculápios, nada cobra pelo seu trabalho, considerando que o Dr.Edson é o instrumento de que o Dr.Fritz usa para operar e não, o agente. É a medicina do futuro. É o advento da realização da Verdade. Amaremos o próximo como a nós mesmos; curaremos os enfermos; faremos as coisas que Ele fez e maiores ainda, e do Brasil, o Coração do Mundo!


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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.


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