LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.
O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.365, de 13 a 19 de agosto de 1984.
NO DIA DOS PAIS
NELSON LORENA
Por convenção social, criou-se o Dia dos Pais. Na realidade, não somente um dia mas, dado o seu valor no seio da família, na sociedade, na construção do mundo, na história das civilizações, todos os dias, como igualmente às mães, deveriam ser-lhes consagrados. É uma instituição social, na qual o mundo atual se compara, e dela participamos. Nossos pensamentos se voltam para os que no presente sabem e para os que no passado souberam dirigir sabiamente, no sentido da honra e da dignidade, os destinos da família que a Providência lhes conferiu. Entre eles, meu extraordinário Pai, o Maestro Lorena. É principio firmado por todas as religiões, que o aperfeiçoamento de nossas almas é conseguido nos dois planos da existência, na Terra e fora dela. Agora, separado de meu Pai, jamais deixei de pensar nele um só dia, após nossa separação.
Hoje, 12 de agosto, Dia dos Pais, meus filhos me prestaram uma homenagem. Certo como estou de que meu Pai vive, teria justamente que relembrá-lo. Fui ao Museu, toquei-lhe no retrato, nas suas músicas, na sua batuta de regência, nas suas Memórias, nos retratos dos seus Carnavais, nos de sua Banda XV de Novembro; reminiscências saudosas nos puseram à frente as representações do Grêmio Dramático, a luta pela sua manutenção, a Maçonaria, o Clube Recreativo, as perseguições políticas e religiosas que sofreu. Pai, foste para nós toda a segurança, toda esperança nos dias sombrios de nossa vida. Foste como uma bússola o é para o navegante à deriva no mar tormentoso, quando os raios rasgavam as nuvens ameaçadoras, quando nossos corações fibrilavam de medo nas tempestades da Vida, reacendia em nossas almas a Fé, a confiança que nos impuseste, tão forte como agora em seu espírito protetor. Como te sou grato. Abençoa e ampara os meus passos vacilantes, as minhas mãos que tremem, o meu esforço para ouvir, os meus olhos embaçados, antes que a Grande Noite me surpreenda.
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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.
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