LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.
O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.428, de 18 a 24 de novembro de 1985.
CLAMA NE CESSES
NELSON LORENA
Nossa cidade hospedou por alguns dias, em visita a amigos, o português Sr. Mário Simões Santos, que nos deu a honra de visitar o Museu Maestro Lorena, após haver conhecido os aspectos locais mais interessantes.
Amante da Arte, deteve-se ante os trabalhos mais expressivos e, muito particularmente, a tela referente à inauguração da Estação Ferroviária da Central, em 7 de julho de 1877. O ilustre visitante não pôde deixar de demonstrar seu desencanto pelo abandono a que está relegada a Estação atualmente, ao lamentável e triste contraste com o seu apogeu e beleza de outrora. Compartilhamos de suas decepções, que também são as nossas. Como se pode deixar apodrecer uma obra de arte com apenas um século de existência? Esta deveria ser a pergunta que pairava na mente de nosso visitante, considerado o respeito que possuem os portugueses pelo Passado como alicerce do Presente, como atestam seus milenares castelos e mosteiros, como o dos Jerônimos, fundado por D.Manoel I, em 1500, onde repousam as cinzas de Vasco da Gama, Camões e Alexandre Herculano.
Consideramos o amor à tradição e o respeito ao trabalho dos que nos antecederam na construção do mundo uma virtude e, justamente, nessa persuasão é que escolhemos os cidadãos que se propõem a administrar nossa cidade.
Nossa Estação, tombada desde abril de 1982, há três anos e sete meses, vê, dia a dia acentuar-se cada vez mais sua ruína. Nenhuma medida acauteladora da sua preservação foi tomada, por quem de direito. Aos poderes públicos, cabe tomar as medidas junto ao Condephat, para que seja dada ao povo a razão do seu alheamento à conservação da “maior obra de arte do ramal ferroviário de São Paulo”.
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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.
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A ARTE DE NELSON LORENA
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