LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.
O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.438, de 03 a 08 de março de 1986.
EM BUSCA DA VERDADE
NELSON LORENA
“Não teria a minha infância atual sucedido a uma outra idade, antes extinta? Antes mesmo deste tempo, teria eu estado em algum lugar? Seria alguém?” Assim o diz, Santo Agostinho, em suas “Confissões”.
A calúnia, tal como a verdade, quando proferidas trazem, não raro, dúvidas que somente os fatos comprovam ou destroem. Galileu foi condenado, por herético, ao afirmar que a Terra se movia e que o Sol era o centro do nosso sistema planetário. Heresia transformada em fato confirmado, pela ciência, negado pela Igreja durante mais de dois séculos.
A propósito, lembramos que a incidência de fatos não habituais vem consolidando, cada vez mais, a fé reencarnacionista nos adeptos que a professam. Filosoficamente, no julgamento de um fato e suas causas, entre várias hipóteses, devemos acatar aquela que mais se aproxima da Verdade. Nossa filha, de cinco anos de idade, relatou-nos fatos de sua existência pregressa, na qual passou pela experiência de “morrer velhinha e ver todos os seus filhos morrerem antes dela”. Victor Hugo, aos nove anos, era já consagrado como um dos maiores poetas da França. Lamartine, em sua “Viagem ao Oriente”, dispensava algumas vezes o cicerone porque já lhe eram conhecidos os sítios, por onde em vidas passadas havia palmilhado. Os fatos se acumulam; em certa época, na Espanha, uma pianista recebeu de um amigo uma composição musical a ela dedicada e, de imediato, levou-a ao piano e executou-a. Depois de recolher-se ao interior do lar, ouviu a mesma música sendo executada por alguém na sala do piano. Curiosa, para lá se dirige e vê, com espanto, seu filhinho de dois anos, Pepino Ayalla, o executante e que lhe pergunta: “Que tal mamãe?”. E, com três anos, Pepino deu concerto no Palácio Real de Espanha, para os seus Reis! Sem nos reportarmos a Mozart, vamos relatar o fato, já de conhecimento dos ouvintes do “Fantástico”, acerca do garoto que após quatro anos de paralisia dos membros inferiores, submetido ao tratamento médico recobra a locomoção e, para surpresa dos pais, dirige-se ao piano e toca músicas clássicas com maestria, contornando com técnica de artista, a sua dificuldade em alcançar as oitavas com as mãozinhas infantis.
Se o autor de “Confissões” hoje existisse, não poria em dúvida seus pensamentos. Ao contrário, afirmaria a sobrevivência do Ser, como uma Verdade lógica que os fatos comprovam.
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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.
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