HALLEY, À VISTA!

  LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.




O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.424, de 04 a 10 de novembro de 1985.




HALLEY, À VISTA!

NELSON LORENA



Dentro de mais alguns meses, o mundo irá receber a visita do mais importante Cometa do nosso Universo. Rodeado de superstições, pelos mais simples e de curiosidade, pelos mais interessados em sua observação cientifica, o cometa de Halley nos visitará no primeiro semestre de 1986. Muitos o verão pela primeira vez e raros, pela segunda. Segundo afirmam os estudiosos da ciência astronômica, sua órbita é descrita em 76,03 anos, ou seja, deveremos vê-lo em 9 nove de maio de 1986. Era maio de 1910, nossa família residia em frente à Estação Ferroviária, onde nosso pai exercia sua função de telegrafista. Numa das noites de seu pernoite, já de madrugada, abandonou o telégrafo e foi acordar-nos para ver o Cometa, em todo seu esplendor.

Lá estava ele, estático, majestoso, maravilhoso como um sol da madrugada. De nossa família, somos somente três os candidatos a revê-lo. Desde a antiguidade, nenhum fato despertou tanta curiosidade como o aparecimento de um cometa, talvez pelo temor, gerado pela ignorância e pelas superstições. Halley, pesquisando a órbita descrita pelo cometa que hoje tem seu nome, notou que eram periódicas as suas aparições, em 1531, 1607 e 1683, prevendo, como de fato se deu, seu retorno para 1759. Adiantam os observadores que o cometa de Halley de 1986 não terá o mesmo esplendor de 1910, pois, passará a uma distância da Terra, três vezes maior.

De qualquer forma, a curiosidade fará com que possamos fitar o Céu em toda sua grandeza, contando a História de Deus. E, na disputa pela Terra, a insignificância que somos.


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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.


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