LITERATURA DE NELSON LORENA
Patrono Eternal da Cadeira Nº.13 da Academia Valeparaibana de Letras.
O acervo literário de Nelson Lorena compreende cerca de quatrocentas crônicas sobre história, ciências, crítica, política, filosofia, religião e temas do cotidiano, escritas entre 1977 e 1990. A matéria de hoje foi publicada no Jornal “O Cachoeirense” Ano VII, edição nº.453, de 13 a 22 de junho de 1986.
OS ÍNVIOS ATALHOS DA VIDA
NELSON LORENA
Palmilhamos a passos vacilantes e imprecisos os ásperos caminhos da vida impulsionados por um determinismo fatalista, como o que nos impõe o “Crescei e multiplicai-vos”, em busca de um objetivo, não somente em quantidade mas, principalmente, em qualidade. Buscamos, de um modo geral, o caminho que nos proporcionará a grande alegria de viver ao haver alcançado o ideal que justifique nossa presença no seio da humanidade. Alegria de viver, que se apóia nas colunas da Saúde, Cultura e Bondade de Coração. Destas, derivam todas as veredas que nos levam às Verdades Eternas e ao respeito, de que são merecedores aqueles que, segundo sua fé, delas se julgam possuidores.
Pessoalmente, defendemos a filosofia espiritualista e reencarnacionista. Os ápodos e as críticas que recebemos nos levam aos fatos comparativos, que reforçam e consolidam os preceitos que defendemos e julgamos irrefutáveis. Há três meses, nasceu mais um nosso netinho. Dias após notamos que, às vezes, ao dormir parecia sonhar, sorrindo em voz imperceptível, fato que não se dava, mesmo quando provocado, em vigília. Ora, se a Ciência afirma ser o cérebro um polipeiro de células e o Espírito um polipeiro de imagens, nada mais natural que o recém-nascido sorrisse à vista de imagens provocadoras de riso, retratadas no seu espírito, parcialmente afastado do corpo físico durante o sono. É evidente que, somente um fato plastificado nas células da alma em vidas já vividas, pudesse provocar o sorriso de uma criança que ainda não sabe distinguir entre o que é e o que não é engraçado. Cremos no Espírito e em sua evolução através dos seres vivos da Natureza, racionais ou não, orgânicos ou inorgânicos. Recebemos, há poucos meses, uma cachorrinha muito nova ainda. Há dias, percebemo-la dormindo ao sono solto, estirada à sombra de um porão, latindo baixinho, como se houvesse surpreendido algum intruso no quintal, mas continuando a dormir e sem se levantar. Ela, evidentemente, também reagiu a alguma cena retratada nas células eternas da alma imortal.
Feliz o homem que encontra nos fatos a confirmação do verdadeiro caminho que o conduz a Deus. Mas, se algum dia a Ciência nos comprovar em erro, reformularemos nossas convicções e seguiremos novos atalhos.
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Ao professor e jornalista, José Maurício do Prado, ex-diretor proprietário do jornal “O Cachoeirense”, os nossos agradecimentos pelo acesso aos originais.
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